TESTEMUNHO

 

Em uma das vezes que compareci a um grupo de oração, capitaneado pela Tia Sandra, recebi, de uma das irmãs que comandavam uma dinâmica no dia, o seguinte versículo bíblico: você é guardado por Deus (se desejar lê-lo na íntegra, está em Salmos 17:8). No momento em que coloquei meus olhos nessa poderosa palavra, comecei a rememorar os instantes em que a presença do Senhor estava me guardando, desde quando eu nem tinha consciência do grande amor de Deus por mim.

Minha mente, para começar, se recordou de relatos sobre o meu nascimento, mais detalhadamente no dia 26 de março de 1987. Há uma história verídica sobre este que vos fala: nasceu com hidrocefalia, ou seja, correndo o risco de morrer ou viver igual a um vegetal, segundo os médicos.

Entretanto, após inúmeras viagens à capital paulista e orações na casa do meu avô materno, que era pastor, eu, como diz um louvor famoso, SOBREVIVI! Um dos médicos que cuidava do meu caso recomendou aos meus pais que evitassem o atrito na cabeça, com receio de possíveis sequelas, entende? Olhe, fui a criança que mais levou pancada no cucuruto e não aconteceu nada, viu? Sim, eu sou um MILAGRE!

Outros acontecimentos de quase morte também ocorreram na minha vida que tiveram a mão de Deus me guardando, sabe? Como na vez em que quase fui atropelado por causa de uma azulada bola de plástico, mas o freio de um Opala foi acionado a tempo. Também me veio à mente um momento em que, graças à traquinagem do meu irmão, sofri o risco de bater a cabeça no fundo pedregoso de uma piscina e de me afogar, porém o Espírito Santo revirou meu corpo e só fiquei com um dos joelhos ralado.


Período da Faculdade e a Busca por Sentido

Pensando aqui comigo, creio que o período da faculdade foi o pior na minha relação com o NOSSO DEUS. Assim que saí de uma igreja que frequentei na infância e adolescência, comecei a beber esporadicamente e tive uma depressão tão séria que pensei na possibilidade de não fazer mais parte desse mundo. Por isso, precisei tomar remédio de tarja preta para aliviar a tristeza profunda que sentia.

Curioso que, mesmo praticando iniquidades, sendo humilhado por familiares e indo em uma igreja evangélica sim e outra não, senti a presença DELE um dia. Foi em um dos muitos dias em que caminhava em direção à faculdade, quando, sentindo uma aflição no peito e me debulhando em lágrimas, senti vontade de passar dessa para melhor. Contudo, uma brisa suave e aconchegante me abraçou naquele instante de angústia. Engraçado que foi nessa época que comecei a frequentar a igreja em que me encontro hoje, sabe? Kkkkkk

Com o término da faculdade, ainda sentia que minha vida continuava sem rumo em todos os aspectos. Aquela sensação de não saber qual o próximo passo a dar, igual àqueles personagens de histórias em quadrinhos que, quando estão confusos, têm uma nuvem em cima da cabeça, sabe? Esse sentimento piorou quando perdi alguém muito especial na minha família e fiquei de luto por três meses, até meu genitor me tirar forçosamente dessa condição (ele agiu corretamente ou não? Talvez, porém, refletindo hoje, vejo que foi importante esse ‘puxão de orelha’ naquele momento, entende?).


Descobrindo o Propósito e Enfrentando Desafios

É certo que sempre soube o que queria/quero da vida: mostrar o dom de escrever que Deus me concedeu ao mundo, mas não fazia a menor ideia por onde começar. Mesmo assim, o Senhor não deixou de esquecer do plano para mim e arquitetou caminhos para que eu me tornasse o Guinho Monteiro. Porém, no meu RG havia outro nome, então necessitava adentrar no Mercado de Trabalho.

Outro motivo para essa decisão é que desejava que alguns familiares parassem de criar suas expectativas neste que vos escreve. Por isso, de maneira impulsiva, peguei o trabalho de panfletador na escola em que estudava. Vendo em retrocesso, entre idas e vindas, foi o trabalho mais longínquo que tive, viu?

Paralelo a isso, minha relação com Deus encontrava-se no modo automático. Em outras palavras, visitava a igreja esporadicamente aos domingos, não lia a palavra do Senhor e falava com Ele de maneira repetitiva. Todo esse marasmo espiritual que eu passava se contrapunha tanto com o crescimento dos meus pais na igreja que alguns irmãos, por se acharem ‘amigos’ deles, começaram a me dar bronca, acreditam? Fiquei tão incomodado com essa situação que, logo que ia para o Culto, ficava com dor de cabeça.

Para evitar essa pressão psicológica, resolvi procurar um lugar em que pudesse adorar a Deus mais tranquilamente e de forma anônima. No início, eu parecia ‘crente pipoca’, pois pulava de uma igreja na outra, até que fiquei um tempo em uma que me ensinou a gostar de ler a Bíblia, assistir com mais frequência aos cultos e a entender o motivo de dar ofertas à Casa do Senhor – coisa que era totalmente contra! Eita!


Uma Lição de Fé e Provisão

Tudo porque pensava mais no dinheiro do que em Deus, mas o Senhor, na Sua infinita glória, ia me dar uma lição de quase morte. O meu apego ao dinheiro era tão enorme que, mesmo tendo um cartão de promoção que podia almoçar gratuitamente em um restaurante que costumava ir, resolvi ir em outro. Até hoje não faço ideia do motivo de eu ter feito isso, mas haveria consequência por essa escolha, viu?

Normalmente, não possuo uma memória boa para lembrar o que comi no almoço, porém, me recordo que, naquele dia, o macarrão com molho estava com um gosto forte e meus olhos, enquanto degustava a comida, perceberam uma funcionária dali sair da cozinha e se encaminhar para o banheiro como se estivesse praticando um crime. Vodu ou não, aquilo foi BEM ESQUISITO! O mais engraçado é que aquele estabelecimento se tornou uma igreja evangélica. Hahahaha!

Bem... no outro dia, como era de se esperar, eu tive uma dor forte estomacal. Contudo, ao invés de repousar ou ir ao médico, preferi vestir a camisa da empresa e ir para o trabalho. Péssima escolha! Sem querer exagerar, mas aquele foi um dos piores dias da minha vida, viu?

Para início de conversa, o bairro em que escolheram para mim trabalhar era um lugar onde já tive problemas duas vezes. No entanto, foi após o almoço que as cólicas estomacais começaram a ficar mais intensas. Encontrando um Posto de Saúde ali, resolvi tentar ser atendido ali, mas uma funcionária negou a minha busca, acreditam? Só consegui aliviar um pouco a dor quando pedi a uma moradora daquele bairro uma Dipirona, que me deu o remédio sem pestanejar e achou um absurdo a atitude do lugar que era para cuidar dos doentes.

Mesmo estando medicado, as dores continuavam me incomodando, ou seja, era hora de interromper o trabalho e ir para a minha casa, certo? Errado, pois o dinheiro não era suficiente para a minha volta de ônibus. Sem mais alternativa nenhuma, liguei, apesar de não gostar de atrapalhar ninguém, para meus pais que prontamente vieram me buscar. Sem demora, fomos imediatamente para o hospital e, durante este trajeto, eu me recordo que me encontrava convalescendo no banco de trás. Com a ajuda de muito Gatorade, eu, após um tempo, estava recuperado de uma incômoda disenteria e, dessa forma, pude voltar para o trabalho.

Enquanto me recuperava, soube algo que hoje vejo se tratar de proteção de Deus. Meus pais sempre iam para o monte orar – para quem não é evangélico... é um lugar com intensa vegetação onde nós, tentando reproduzir a passagem na qual Jesus falou no Getsêmani antes de ser crucificado, falamos com o Espírito Santo – e lá, uma profeta revelou que, se os dois não tivessem me levado ao hospital a tempo, eu não estaria escrevendo isso agora.


Proteção em Todas as Dimensões da Vida

Proteção de Deus não acontecia comigo só nas questões físicas, mas também nas psicológicas e emocionais, sabe? Voltando ao momento em que estive de luto, percebi que, após ele ter passado, “a ficha caiu” e várias coisas que eu “passava pano”, inclusive sentimentos guardados, começaram a vir à tona. Quando isso ocorre, pode ser tanto benéfico como maléfico, pois sensações ruins iguais à mágoa, raiva e ódio podem tomar conta de ti e te corroer.

No entanto, Deus, na Sua infinita glória e majestade, não permitiu que a minha essência boa fosse corrompida. Tudo graças a um livro: A CABANA – obra na qual li três vezes e em todas senti a presença de Deus ali do meu lado.

Se você for analisar cuidadosamente, existe uma enorme diferença entre não se deixar levar pelos sentimentos ruins e guardá-los. Por que estou comentando isso? Porque, durante toda a minha vida, tentei me comportar igual a um super-herói diante da doença ou dos problemas financeiros dos outros. Foi por conta disso que 2024 é o pior e, ao mesmo tempo, o melhor ano da minha vida.

Creio que tudo começou no ano anterior – no segundo semestre de 2023 –, quando consegui um bico como panfletador para divulgar uma loja de conserto de celulares de uma amiga nossa de família. Tendo o dinheiro em mãos, além de ajudar um guardador de carros, prestei o Concurso para uma outra cidade. Embora tivesse com muitos sentimentos reprimidos vindo à tona na época, obtive uma boa nota e fui chamado em fevereiro do outro ano.

Engraçado que antes disso, não tive nenhum retorno para fazer entrevista de emprego e, na semana em que fui convocado, meu celular não parava de tocar. O agir de Deus acontecendo, pessoal! Se você não entende o que significa isso, vai compreender nos próximos parágrafos. Eu garanto!


O Agir de Deus: Concurso e Novo Emprego

Tá, me escolheram para trabalhar! Então precisava realizar os exames médicos e psicológicos, certo? Mas como fazer isso sem grana no bolso, hein? Com muito joelho no chão e as mãos criativas da minha mãe criando tapetes de crochê, consegui fazer esses testes e, ainda por cima, entregar a documentação (com enorme interim entre essas obrigações, pois a médica do trabalho resolveu tirar férias nesse período). O mais surpreendente é que, nesse dia da entrega de documentos, a pessoa que ficou acima de mim na classificação geral não compareceu e a vaga veio no meu colo.

Pensando aqui com ‘os meus botões’, se Deus age quando é para acontecer, por que nós ainda tentamos fazer as coisas com a força do nosso braço, hein? É falta de fé? Não confiar nos propósitos do Senhor? Esquecer de deixar o controle da nossa vida nas mãos Dele? Bem provável que seja tudo isso, viu?

Vocês lembram que eu disse que me encontrava duro? Então não tinha como ir e voltar todo o dia da minha cidade para outra, certo? Errado! Uma tia que gosto muito bancou, durante um mês, minhas viagens a trabalho (é claro que retornei o dinheiro investido em mim, ok?). É Deus fazendo acontecer, peoples!


Uma Jornada "Necessária": Altos e Baixos

Na vida, tudo tem dois lados, igual ao de uma moeda. Dessa forma, como estou, graças a Deus, pensando assim agora, não definirei essa experiência como boa ou péssima. Creio que o adjetivo certo para nomear é necessário, porém não deixarei de citar o bônus e o ônus dessa minha curta jornada. Querem começar por onde? Pode ser pelas coisas chatas para podermos extirpá-las já de uma vez?

Aquela foi a minha primeira vez na função de Oficial de Escola e, ainda por cima, não houve um treinamento mais elaborado pela Secretaria de Educação da cidade. Sem contar a falta de paciência de uma colega de trabalho em relação a isso. Lembram da parte que disse que estava com o ‘copo cheio’ acerca das minhas emoções? Então, devido às constantes cobranças expositivas da sujeita em relação a mim, tive mais crises de ansiedade do que dias trabalhados, tanto que nos momentos em que ia para a escola ou era medicado ou "entupido" com chá de louro. “Se fosse eu, já teria denunciado, brigado ou feito alguma coisa contra ela, viu?” Olhe... não vou dizer que quase fiz/fui incentivado a fazer algo contra ela, mas sabe, no caminho que fazia a pé até a escola, sempre pedia a Deus para me encher de sabedoria nessa situação.

Assim, busquei primeiramente um diálogo com a mesma; depois, sugeri uma mudança de ambiente e até de escola e, por fim, pedi um psicólogo para o órgão educacional para me ajudar, porém nenhuma mudança aconteceu. Para vocês terem uma ideia dessa situação, meus finais de semanas eram tensos e as idas ao hospital, graças a dores no peito e falta de ar – até dengue teve no combo! – eram frequentes. Nunca comemorei tanto com feriados como no ano passado, viu? Entretanto, quando os feriados diminuíram, resolvi “pôr a viola nas costas” e sair.


As Bênçãos Inesperadas na Despedida

Mesmo tomando essa decisão, senti que Deus me guardava em dois momentos. Na primeira vez, no instante em que fui sozinho assinar minha rescisão de contrato, comecei a sentir uma ansiedade tão grande que imaginei desmaiar ali mesmo. No entanto, o Senhor me sustentou e, entre trancos e barrancos, realizei minha missão com sucesso. Buscando não correr o risco de desmaiar, eu, na segunda vez, fui acompanhado pelo meu pai para pegar minha documentação e verificar quanto tinha recebido da rescisão de contrato trabalhista. De acordo com as experiências anteriores, pensei que receberia metade de um salário mínimo. Todavia, o Senhor, com todo o Seu amor e benignidade, me forneceu dois ordenados inteiros (sem contar o valor do passe de ônibus). A surpresa e alegria da notícia foi tanta que me debulhei em lágrimas na frente de todo mundo, coisa que não faço normalmente.

Tendo essa boa quantia em mãos, consegui ajudar meus pais no que podia financeiramente. Pensando aqui comigo, acredito que esse foi o principal motivo desde que cogitei prestar o concurso e até, nesse dia, quando o Senhor me proporcionou essa benção.

Bem... já que agora tiramos o “elefante branco da sala”, podemos falar sobre as coisas boas que aconteceram comigo nesta experiência, certo?


O Lado Positivo da Jornada e Pessoas Especiais

Além do lado financeiro – já citado no segundo parágrafo acima –, no qual tive a oportunidade de arcar com as compras do mês graças ao vale-alimentação; me enviaram para uma escola/creche onde boa parte dos funcionários e alguns alunos gostavam da minha pessoa.

Não quero expor ninguém aqui, então para exemplificar o que disse anteriormente, vou apenas colocar as funções de três pessoas que acabei de lembrar e as boas ações que elas tiveram comigo, ok? Espero que as mesmas, se lerem esse testemunho, saibam que estou falando delas e se sintam agradecidas pelo que me fizeram. De princípio, veio à minha mente a tia da cozinha que me aconselhava todas as vezes que as crises de ansiedade chegavam e até me deu um prato de bolo de chocolate uma vez (:D :D); tinha também uma das meninas da limpeza que me dizia para controlar a minha intensidade e não “meter os pés pelas mãos”; e, por fim, a diretora que sempre foi paciente com os constantes equívocos que eu cometia no trabalho e, ainda por cima, mesmo muito ocupada com duas escolas para coordenar, teve muita atenção comigo quando eu queria desabafar sobre os meus males.

Sobre a instituição escolar que me designaram, esqueci de falar uma coisa, sabe? O lugar onde ela se localizava era uma região carente onde pude perceber todos os dias nas idas e voltas que fazia por um caminho. Visão totalmente diferente que eu tinha quando era apenas um turista que visitava a cidade em que meu pai nasceu, ou seja, onde achava que tudo era perfeito e bonito. Porém, meus caros, toda cidade tem problemas – principalmente as turísticas – e vários tipos de pessoas.


O Propósito e a Certeza da Fé

Igual a Moisés no princípio do Êxodo, eu não tenho o dom da fala e, quando é para puxar papo, é aí que a coisa piora. Contudo, Deus, com Sua infinita glória e majestade, foi abrindo minha boca de maneira sábia e, assim, consegui adentrar caminhos que, estando na zona de conforto, nunca seriam escancarados. Por exemplo, entre os indivíduos com quem prosei estavam um morador de rua e um garoto com deficiência mental.

Meu objetivo com esse testemunho não é mostrar para ninguém que sou perfeito ou o melhor evangélico do mundo; pelo contrário, aqui se encontra alguém cheio de falhas e pecados. No entanto, tenho CERTEZA ABSOLUTA que Deus está comigo e, principal, me guardando contra todos os principados e potestades do mal. Não acredita? Leia Romanos 5:8 e verá que o Senhor é Bom e a Sua Vontade é Boa, Perfeita e Agradável para aquele que Crê Nele.


IGOR (GUINHO) MONTEIRO

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